Quero hoje, quando de volta ao mundo das internets, exprimir meu ódio e meu medo ao encarar a contraposição!
Os calos da minha mente me trazem algumas lembranças da mesma oca e feia...
Um filho renegar a pátria?? Ir contra seus princípios morais já-ditos?? ContraDeus e o esculacho de embebedar Jesus Cristo!?
Minhocaram minha cabecinha cabeluda os pensamentos de Mário de Andrade renegando o Brasil em Amar, verbo intransitivo... Quase choro ao final...
Aaah, se todos idílios fôssemos...
Ainda dá uma pitada de genialidade na quina do meu próximo assunto: "[...]sempre constatei que homens são muito mais fortes que deuses."
Entretanto, deixemos os deuses pra depois, afinal são imortais, não é assim?
Falemos de renegar os motores de sisal e a pele bronzeada do sol do trabalho do meio-dia ao meio-dia da minha terrinha nos entremeios nordestinos do nosso Brasil mundial...
Decidi de pronta-entrega me desdizer à realidade dos outros e desistir do meu aqui aqui desse mundinho... Fui direto a Pasárgada e me aconselhei com os senhores a quem amo, sem vergonha nenhuma por serem homens, machos, amo-os! Por Carlos Drummond de Andrade tenho uma paixão desvairada daquelas de deixar suando uns três dias direto após um toque da sua caneta nas veias...
Me entreguei a essa paixão através do sexo com os Contos Plausíveis que achei no meu antigo colégio e que, provavelmente, só eu tive o gozo de tocar-lhes as páginas interiores...
Eu quero Drummond como quero A Puta!
Deixo aqui ele falar por si mesmo:
A incapacidade de ser verdadeiro
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queria formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer , Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
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Morri!
Aqui me bateu bem na memória como o matador de bois faz no abatedouro:
Diálogo final
- É tudo o que tem a me dizer? - perguntou ele.
- É - respondeu ela.
- Você disse tão pouco.
- Disse o que tinha pra dizer.
- Sempre se pode dizer mais alguma coisa.
- Que coisa?
- Sei lá. Alguma coisa.
- Você queria que eu repetisse?
- Não. Queria outra coisa.
- Que coisa é outra coisa?
- Não sei. Você que devia saber.
- Por que eu devia saber o que você não sabe?
- Qualquer pessoa sabe mais alguma coisa que outro não sabe.
- Eu só sei o que sei.
- Então não vai mesmo dizer mais nada?
- Mais nada.
- Se você quisesse...
- Quisesse o quê?
- Dizer o que você não tem para me dizer. Dizer o que não sabe, o que eu queria ouvir de você. Em amor é o que há de mais importante: o que a gente não sabe.
- Mas tudo acabou entre nós.
- Pois isso é o mais importante de tudo: o que acabou. Você não me diz mais nada sobre o que acabou? Seria uma forma de continuarmos.
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Dose infalível:
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Vamos contra a gravidade e...:
Ai se Sêsse