Quantos Loucos Há Por Aí

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Pulo contra o Chão

Quero hoje, quando de volta ao mundo das internets, exprimir meu ódio e meu medo ao encarar a contraposição!



Os calos da minha mente me trazem algumas lembranças da mesma oca e feia...

Um filho renegar a pátria?? Ir contra seus princípios morais já-ditos?? ContraDeus e o esculacho de embebedar Jesus Cristo!?


Minhocaram minha cabecinha cabeluda os pensamentos de Mário de Andrade renegando o Brasil em Amar, verbo intransitivo... Quase choro ao final...



 Aaah, se todos idílios fôssemos...

Ainda dá uma pitada de genialidade na quina do meu próximo assunto: "[...]sempre constatei que homens são muito mais fortes que deuses."

Entretanto, deixemos os deuses pra depois, afinal são imortais, não é assim?

Falemos de renegar os motores de sisal e a pele bronzeada do sol do trabalho do meio-dia ao meio-dia da minha terrinha nos entremeios nordestinos do nosso Brasil mundial...



Decidi de pronta-entrega me desdizer à realidade dos outros e desistir do meu aqui aqui desse mundinho... Fui direto a Pasárgada e me aconselhei com os senhores a quem amo, sem vergonha nenhuma por serem homens, machos,  amo-os! Por Carlos Drummond de Andrade tenho uma paixão desvairada daquelas de deixar suando uns três dias direto após um toque da sua caneta nas veias...

Me entreguei a essa paixão através do sexo com os Contos Plausíveis que achei no meu antigo colégio e que, provavelmente, só eu tive o gozo de tocar-lhes as páginas interiores...




 Eu quero Drummond como quero A Puta!

Deixo aqui ele falar por si mesmo:

A incapacidade de ser verdadeiro

       Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
     A mãe botou-o de castigo, mas semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol  durante quinze dias.
     Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram  pela chácara de Siá Elpídia e queria formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
    - Não há nada a fazer , Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
Página31




Morri!  

 Aqui me bateu bem na memória como o matador de bois faz no abatedouro:

Diálogo final

- É tudo o que tem a me dizer? - perguntou ele.
- É -  respondeu ela.
- Você disse tão pouco.
- Disse o que tinha pra dizer.
- Sempre se pode dizer mais alguma coisa.
- Que coisa?
- Sei lá. Alguma coisa.
- Você queria que eu repetisse?
- Não. Queria outra coisa.
- Que coisa é outra coisa?
- Não sei. Você que devia saber.
- Por que eu devia saber o que você não sabe?
- Qualquer pessoa sabe mais alguma coisa que outro não sabe.
- Eu só sei o que sei.
- Então não vai mesmo dizer mais nada?
- Mais nada.
- Se você quisesse...
- Quisesse o quê?
- Dizer o que você não tem para me dizer. Dizer o que não sabe, o que eu queria ouvir de você. Em amor é o que há de mais importante: o que a gente não sabe.
- Mas tudo acabou entre nós.
- Pois isso é o mais importante de tudo: o que acabou. Você não me diz mais nada sobre o que acabou? Seria uma forma de continuarmos.
Página 78
 


Dose infalível:

 




+




























Vamos contra a gravidade e...:

Ai se Sêsse
Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse
Zé da Luz,  poeta nordestino

... e por quê não da gramática?? Da robustez dos textículos portugueses, sim!!!
E contra a gravidez e a gravidade... E contra os abortos abertos... A graça não é só ser do contra... Chama-se: Viver!

E agora??
 Pronto...
Agora eu fico doido de vez!! Uhuuul!
Tchau, mãe! Fui!!

 
 
 
 
Post dedicado a Douglas Vinicius